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Seleção ensina um tango diferente à Maradona e põe os dois pés na Copa

sábado, setembro 5


A seleção brasileira de futebol venceu a arquirrival Argentina por 3 a 1, neste sábado, em Rosário, na Argentina, em jogo válido pelas eliminatórias sul-americanas, e se classificou para a Copa do Mundo de 2010, que será realizada na África do Sul.

País que mais conquistou títulos mundiais, o Brasil, único que participou de todas as Copas, tentará no próximo ano obter o seu sexto título - já venceu em 1958, 1962, 1970, 1994 e 2002. Na última Copa, em 2006, na Alemanha, a equipe brasileira parou na quartas de final, ao perder para a França.

Com a vitória de hoje, o Brasil chegou a 30 pontos na ponta da tabela de classificação do qualificatório sul-americano. Restando três rodadas, a seleção não pode ser mais alcançada pela Colômbia, atual quinta colocada, com 20 pontos.

Já a Argentina está em situação complicada e ocupa a quarta colocação, com 22 pontos, apenas dois a mais do que Colômbia e Equador, que estão logo a seguir. Na próxima rodada, o time argentino encara o Paraguai, na quarta-feira, em Assunção. No mesmo dia, o Brasil recebe o Chile, em Salvador.

Apenas os quatro primeiros colocados das eliminatórias sul-americanas garantem vaga automática para o Mundial da África do Sul - o quinto colocado disputa uma repescagem contra uma seleção da Concacaf (Confederação das Américas do Norte e Central e Caribe de Futebol).

Sob o comando de Dunga, o Brasil já havia conquistado os títulos da Copa América, em 2007, e da Copa das Confederações, em junho deste ano. Com o atual treinador, o Brasil jamais perdeu para a Argentina.

Em um de seus primeiros testes com a seleção, o treinador saiu vitorioso de amistoso com a Argentina, em Londres, por 3 a 0. Em sua primeira competição oficial, a Copa América, o capitão do tetracampeonato mundial venceu justamente a Argentina na final, novamente por 3 a 0, e ficou com o título.

Depois disso, as duas seleções se enfrentaram pelo primeiro turno das eliminatórias e ficaram em um empate sem gols no estádio do Mineirão, em Belo Horizonte. Dunga tem, no entanto, um tropeço contra a Argentina, mas isso não aconteceu com a seleção principal. Nos Jogos de Pequim-2008, comandando a seleção olímpica, perdeu por 3 a 0 para a Argentina na semifinal.

O JOGO

Baile brasileiro no primeiro tempo

O clima hostil no Gigante de Arroyito foi notado antes da partida. Uma bomba foi atirada no goleiro Julio César quando ele fazia o aquecimento perto da torcida argentina. O susto foi grande, mas ainda bem que não passou disso. Pouco depois, quando os jogadores reservas do Brasil se dirigiam para o banco, uma garrafa de água foi jogada em direção a eles pelos torcedores. Não acertou ninguém. Dunga pegou o objeto com tranquilidade do chão e o entregou a um representante da Conmebol, que levou a garrafa até o quarto árbitro.

Kaká deu o primeiro toque na bola. Mas foi a Argentina quem começou a mil por hora. A seleção arriscava ao deixar Messi com uma certa liberdade no meio-campo. Mas o entusiasmo dos nossos hermanos não refletia em boas jogadas. O Brasil, assustado, também não criava e procurava esfriar a partida.

O primeiro lance de perigo aconteceu aos 12 minutos. Messi recebeu livre na entrada da área e chutou no ângulo direito de Julio César. O goleiro só observou a bola sair muito perto da trave. Kaká passou, então, a pedir com gestos para a seleção brasileira marcar mais à frente. Mas o problema era que Messi continuava livre. Aos 17, ele deu uma arrancada, passou por quatro brasileiros e foi travado na hora do chute por Maicon. Foi por pouco. O Brasil estava acuado em campo. Em um mesmo lance, Lúcio e Kaká receberam cartão amarelo. Os dois, com isso, estão fora da partida contra o Chile, na próxima quarta-feira, em Salvador. Assim como Luis Fabiano, que pouco depois também foi advertido pelo árbitro.

Mas a seleção brasileira tem estrela. Luis Fabiano sofreu uma falta na intermediária. Elano cobrou para a área e Luisão, livre de marcação, cabeceou no canto esquerdo de Mariano Andujar. Brasil 1 a 0, aos 24 minutos. Foi o segundo gol do zagueiro em cima dos argentinos. Em 2004, na final da Copa América, o brasileiro também havia feito um de cabeça. E o gol saiu justamente na jogada mais ensaiada por Dunga nos treinos.


O jogo esquentou. Após uma falta em Kaká, Mascherano foi para cima de Robinho. O árbitro Oscar Ruiz chamou os dois. E deu uma bronca no brasileiro, que pouco antes havia pedalado em uma jogada na lateral. O atacante não ficou nada feliz com o questionamento. Alegou que estava tentando o drible.

Mas a seleção respondia na bola. Kaká foi até a linha de fundo e tocou para Maicon. O lateral chutou rasteiro. Mariano Andujar espalmou para o meio da área e Luis Fabiano, com toda tranquilidade, só tocou para o fundo da rede. Brasil 2 a 0, aos 30 minutos. Na comemoração, os jogadores brasileiros chutaram a bola para o meio da torcida argentina, que ficou calada. Foi o oitavo gol do Fabuloso.



Com a vantagem, os barulhentos torcedores brasileiros começaram a fazer a festa. Logo veio o grito de "ei, ei, ei, Maradona é nosso rei" em ironia ao ídolo e técnico local. Em seguida, o tradicional "mais um, mais um". Julio César fez o primeiro milagre aos 37 minutos. Tevez cruzou para a área, e Maxi Rodriguez chegou tocando rasteiro. Com os pés, o camisa 1 evitou o gol. A resposta veio em uma outra cobrança de falta. Elano cobrou, Luisão e Luis Fabiano fecharam pelo meio e o goleiro Andújar se esticou assustado para evitar o terceiro gol. E o primeiro tempo terminou com o Brasil soberano em campo e os torcedores argentinos em total silêncio. Maradona caminhou para o vestiário preocupado e coçando a cabeça.

Golaço de Luis Fabiano fecha o placar

Veio o segundo tempo e as provocações dos torcedores brasileiros continuavam. O grito agora para os argentinos era de "eliminados". Maradona fez uma substituição no time. Saiu Maxi Rodriguez e entrou Agüero, genro do treinador. Nada adiantou. A Argentina continuava com a maior posse de bola, mas não tinha criatividade para chegar ao gol brasileiro. O chute de Véron na arquibancada (a bola passou por cima da proteção que existe atrás do gol) retratava bem como estava a partida.


Mas aos 19 minutos, Datolo acertou uma bomba de fora da área. Um chute de muito longe, cruzado, que entrou no ângulo esquerdo de Julio César. O goleiro brasileiro, que ainda tocou na bola, nada poderia fazer. A Argentina diminuía e incendiava, novamente, a partida: 2 a 1. Maradona, que não parava de roer as unhas, beijou um crucifixo que levava no pescoço. Tinha fé na virada. Tudo em vão.

A resposta veio em grande estilo, três minutos depois. Kaká arrancou no contra-ataque e deu um passe perfeito para Luis Fabiano. O Fabuloso, com toda categoria, tocou por cima do goleiro Andujar. Brasil 3 a 1. Foi o nono gol do atacante, que assumiu a artilharia das eliminatórias. Na comemoração dos jogadores reservas, os argentinos jogaram uma pedra para o campo, que acertou Juan. Ele caiu no chão e foi carregado pelos companheiros para o banco. A comissão técnica da seleção ficou revoltada. Américo Faria pegou a pedra e levou até o quarto árbitro.

O jogo seguiu. Mas a Argentina se entregou. Maicon chutou cruzado e Ramires, de carrinho, quase marcou o quarto. O meia, que havia entrado na partida, chegou atrasado no lance. Dunga, então, chamou Adriano para entrar no lugar de Luis Fabiano. A torcida brasileira foi à loucura e começou a gritar "o Imperador voltou". Conhecido como carrasco dos argentinos, o atacante entrou em campo. Mas a sua entrada serviu apenas para deixar os argentinos ainda mais assustados. O Brasil estava mais uma vez garantido na Copa do Mundo.

OS GOLS BRASILEIROS:

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